Acordamos cedo,
a chuva persistiu por toda a madrugada, e era antes das 7:00hs e estávamos
prontos para pegarmos a estrada, acabamos tendo que esperar quase meia hora
para o porteiro do hotel aparecer, e só apareceu porque mexemos nas motos.
O dia se
apresentou com chuva, muita chuva e com cara de que seria assim por muitos
quilômetros.
Saímos do hotel
e fomos abastecer as motos, a pequena Mercedes dormia quando saímos e pegamos a
ruta com destino primeiramente a Corrientes.
Andamos os
primeiros quilômetros com pouco movimento na estrada, a chuva alternava-se
entre média e forte, e o frio era grande.
Depois de uns
150 quilômetros paramos para abastecer e comer algo, estávamos a pouco menos de
100 quilômetros de Corrientes. Motos abastecidas e seguimos no mesmo ritmo com
todo o cuidado possível, e quanto mais próximo a Corrientes mais movimento
tinha na estrada.
Quando chegamos
em Corrientes saímos da pista principal e descemos para a pista lateral, já que
existe uma lei municipal que proíbe motos na pista principal. A chuva
continuava e o transito a esta altura era movimentado. Ao parar em uma
sinaleira, vimos do lado contrário três motos Brasileiras, abanamos as mãos e
buzinamos, no que fomos correspondidos, e fomos em frente. Ao chegar próximo a
ponte dobramos a direita e fomos em direção a costaneira. A costaneira de
Corrientes é linda, uma avenida dupla, repleta de arvores e com um calçadão
muito bem cuidado, e ao fundo a ponte sobre o Rio Paraná, paramos por alguns
minutos para tirar umas fotos, a vista é linda tanto do rio como da ponte, e
logo seguimos, era pouco mais de 11:00hs da manhã. Seguimos o fluxo do transito
e logo estávamos atravessando a ponte que liga Corrientes a Resistência, a
capital da província do Chaco.
A chuva ainda
nos acompanhava, passamos sob um viaduto novo na entrada de Resistência, e por
alguns quilômetros a pista foi dupla, depois passou a ser pista dupla em obras,
e logo a frente passou a ser pista simples, o transito foi diminuindo de
intensidade conforme nos afastávamos de Resistência, o asfalto perfeito e a
diminuição da chuva fez a viagem começar a render.
Passamos por
Presidência Roque Saenz Peña, e decidimos abastecer alguns quilômetros a
frente, e foi o que fizemos, abastecemos e comemos algo, chegamos com pouca
chuva e partimos com raios de sol no horizonte, e era umas 13:00hs adentramos
na reta do Chaco.
Para quem não
conhece essa região, é um lugar extremamente seco, são algo como 400 km sem um
rio ou riacho, cidades empoeiradas, muita pobreza, sem recurso nenhum. As
cidades principais são Pampa del Infierno, Pampa de Los Guanacos, Monte
Quemado, e Taco Pozo. Ao fim dessa região se faz uma longa curva a direita e
pouco depois uma longa curva a esquerda e logo se percebe que a vegetação muda
radicalmente, de arbustos com pouco mais de dois metros passa-se a ter arvores
altas e verdes, ali começa a província de Salta.
Aos poucos o
tempo foi abrindo e a temperatura foi ficando agradável, paramos auma ou duas
vezes para descansar e conversamos um pouco, numa destas paradas abastecemos em
Monte Quemado, onde tivemos que esperar o caminhão descarregar o combustível,
algo que demorou uma meia hora.
No final da
tarde chegamos em Joaquin Victor Gonzalez, onde decidimos pernoitar, abastecemos
as motos e limpamos as correias das motos. Neste posto de combustível
conversarmos com dois viajantes Peruanos que voltavam para sua terra depois de
visitarem o Paraguai e Foz de Iguaçu.
Procuramos um
hotel e rapidamente encontramos o Hotel Colonial, com preço de 400 pesos para
duas pessoas, com café da manhã e estacionamento para as motos. Descemos as
bagagens e fomos rapidamente tomar banho para sairmos para jantar. Era pouco
mais de 23:00hs e já estávamos descansando.