Dia 09/09/2016 – sexta-feira - Mendoza/AR
x Chos Malal/AR – 684 km – Total 4.746 km.
Acordei perto
das 6hs da manhã, foi a noite melhor dormida até agora na viagem, apesar disso
estávamos cansados.
Levantamos
lentamente, ainda era noite, e fomos arrumar a bagunça que estava as nossas
bagagens, banho tomado, bagagem arrumada, e descemos para tomar café.
Pegamos as motos
na garagem, demos manutenção nas correias, arrumamos a bagagem, tomamos café e
pouco mais das 7hs já estávamos abastecendo as motos para pegarmos a estrada. O
sol aparecia timidamente, e em poucos minutos amanheceu.
Saímos pela ruta
7 até pegarmos a ruta 40 vários quilômetros à frente. O trânsito era forte, com
muitos carros e alguns caminhões andando lentamente. Seguimos com a cordilheira
nevada a nossa direita e rapidamente estávamos passando pela confluência que
leva a Uspallata e a fronteira com o Chile pelo passo Los libertadores.
Alguns
quilômetros à frente paramos para tirarmos algumas fotos, era perto das 8hs e o
sol, ainda fraco, realçava a cordilheira coberta de neve. Depois de alguns
minutos conversando e olhando os mapas, seguimos rumo ao sul, passamos por
Tunuyán e logo por San Carlos, cidades que a ruta 40 atravessa a zona urbana.
No caminho muitas arvores secas a beira da estrada. Abastecemos em San Carlos.
Alguns quilômetros a frente saímos do asfalto, muita areia solta e a ruta 40
interrompida para transito, tivemos que pegar uma paralela que estava em
péssimo estado, foram mais de 110 km de areia solta e muitas costeletas pela
ruta 144. Passamos pelo embalse Agua del Toro, uma represa com aguas
cristalinas e a cordilheira ao fundo, um verdadeiro cartão postal.
Depois de quase
2 hs. de muita areia chegamos no entroncamento da ruta 143, a paisagem
continuava desértica e a cordilheira nos acompanhava sempre a direita, poucos
quilômetros a frente chegamos a El Sosneado onde abastecemos e pagamos a
gasolina mais cara da viagem, 23 pesos o litro.
Em El Sosneado
retornamos a ruta 40, e poucos quilômetros a frente estávamos em Malargue, ali
paramos novamente. Malargue é famosa pela estação de esqui Las Leñas, e me
pareceu uma cidade simpática, a ruta 40 atravessa completamente a cidade, abastecemos novamente e a gasolina a partir desta
cidade já tem o incentivo de desconto de impostos para o desenvolvimento da
região, pagamos pouco mais de 11 pesos o litro, comemos algo, conversamos e
olhamos os mapas. Pedimos informações sobre gasolina no caminho e sobre as
cidades, e as informações eram desencontradas, não sabíamos quanto encontraríamos
de ripio e onde encontraríamos gasolina, enfim sabíamos que os próximos quilômetros seriam sem recursos e
apoio. Saímos com os tanques cheios e com os galões de gasolina até a boca.
Andamos perto de
65 km até a localidade de Bardas Brancas em um asfalto perfeito, poucos carros
na estrada e quase nenhuma casa na beira da estrada. Em Bardas Brancas termina
o asfalto, ali existe o entroncamento com a ruta 145, o vento neste local era
forte e a sinalização era quase inexistente. Paramos um pouco e olhamos
novamente os mapas e encontramos o caminho para seguir. A primeira impressão desse
trecho de ripio não foi das melhores, pedras soltas e praticamente não havia o
trilho para facilitar a pilotagem.
Pilotamos
serpenteando a estrada para desviar das pedras grandes, de trecho em trecho
havia alguns quilômetros de asfalto, o transito era praticamente inexistente,
andamos uns 80 quilômetros alternando ripio e poucos quilômetros de asfalto.
Encontramos um casal de ciclistas, paramos e conversamos, cedemos um pouco de
agua, casal gente boa.
Seguimos e as
localidades que apareciam no mapa não existiam, ou se existiam eram tão
pequenas que não percebemos.
Os quilômetros
de ripio terminaram e surgiu uma estrada com asfalto novo, com subidas e
decidas com curvas fechadas, parecia que estávamos em uma pista de corrida,
retas longas com vento lateral ou de frente, enfim uma estrada apaixonante de
se pilotar. Aos poucos surgiram pequenas propriedades, o movimento de transito
era quase nenhum, a ruta 40 era toda nossa. A cordilheira era nossa companheira
e estava sempre a nossa direita ou a nossa frente.
Encontramos dois
motociclistas fazendo o caminho contrário, não paramos e cumprimentamos eles na
passada, estavam andando devagar e estavam com muita roupa de frio.
Aos poucos o sol
baixava e em alguns lugares com a proximidade da cordilheira não tinha sol, o
frio se apresentava e o calor do meio dia de 25 graus agora era o frio de 15
graus do final da tarde.
Andamos quase
200 quilômetros nesse asfalto impecável e em uma curva vimos uma placa
indicando Chos Malal, logo passamos batido por um trevo, voltamos e entramos na
cidade. Fizemos as contas e preferimos ficar em Chos Malal já que até Zapala
teríamos mais 200 quilômetros.
Era quase 18hs, entramos na
cidade e fomos buscar um hotel, os preços eram altíssimos e nos assustaram um
pouco, acabamos ficando em um hotel meia boca com um quarto enorme e
estacionando as motos na frente da janela do quarto. Mandamos lavar umas roupas. A cidade naquele momento
não tinha sinal de celular e internet. Resolvemos trocar o óleo da minha xt660r e
verificamos as correias das motos. Tomamos banho e saímos caminhando para comer algo e tomar uma cerveja.
Era sexta-feira
e a cidade as 23hs estava praticamente dormindo. Encontramos um barzinho aberto e ao chamar a garçonete fomos atendidos em um português quase lusitano, pedimos a cerveja e quando a garçonete voltou com a nossa cerveja perguntamos se ela era brasileira, ela nos explicou que sua mãe é Carioca e apesar de viver desde pequena na Argentina vai frequentemente ao Rio de Janeiro e por isso fala português, na conversa ficamos sabendo que o bar é de seu pai.
Pedimos uma pizza bem simples. Conversamos com o dono do bar, sobre o tempo que ele morou no Rio de Janeiro e sobre a beleza da região de Chos Malal, e ficamos sabendo que a região é o paraíso do voo livre na América do Sul.
Voltamos para o hotel caminhando, já era passado da meia noite, a cidade dormia.
Amanha chegaremos na região nevada.
Pedimos uma pizza bem simples. Conversamos com o dono do bar, sobre o tempo que ele morou no Rio de Janeiro e sobre a beleza da região de Chos Malal, e ficamos sabendo que a região é o paraíso do voo livre na América do Sul.
Voltamos para o hotel caminhando, já era passado da meia noite, a cidade dormia.
Amanha chegaremos na região nevada.
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