segunda-feira, 25 de junho de 2007

A estrada


Essa foto ao lado foi tirada a mais ou menos dois anos atrás, em uma viagem em que eu e dois amigos fizemos pelo Uruguai e Argentina, foram nove dias conhecendo um pouco destes dois países.

Olhando as fotos tiradas naquela epóca está em especial me chamou a atenção pela beleza destas palmeiras que acompanham dos dois lados a estrada nas proximidades de Montevideu.
Saio de casa com tudo preparado para a viagem, moto abastecida, revisão feita com dias de antecedência, viseira limpa, roupa para frio, e vou pra estrada, nos primeiros metros que percorro de minha casa até a saída para a estrada do mar, penso na minha família que fica em casa, e penso nos negócios de minha imóbiliaria, fico preocupado se tudo correrá bem em minha ausência, e em minha cabeça isso vai martelando; Com os quilómetros estas minhas interrogações continuam, me interrogo e me culpo por vários quilómetros, mas os quilómetros vão passando no velocímetro, quinze, vinte, trinta e dois,.... mas de um momento para o outro tudo começa a ficar mais fácil, percebo aos poucos que já que tudo estava planejado não tem como não dar certo, com o tempo esta certeza aumenta cada vez mais; Passados mais ou menos duas horas de viagem tudo esta calmo comigo, as preocupações passaram, me sinto calmo e seguro, o que começa a vir para minha cabeça são ideias novas, novos planos, novos rumos....

Voltando a foto, ela mostra uma "estrada", a grande conselheira do motociclista.

"Dentro do capacete é você e a estrada."

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Rocha - Uruguay




Uma típica cidade Uruguaia:

Passamos muito frio naquela final de tarde começo de noite de sexta-feira (08/06/07), tínhamos decidido dormir em Punta del diabo, mas... isso é outra estória, chegar a noite em uma cidade desconhecida nunca é bom, más para nossa surpresa fomos muito bem orientados: Quando parei para perguntar para um senhor de meia idade - Onde fica el centro dela ciudade - falei em um portunhol meio atrapalhado, logo o senhor na maior boa vontade me deu a informação e perguntou de que cidade eramos e citou um amigo Brasileiro que ele perguntou se nós não conhecíamos - respondi que infelizmente não conhecia - e arranquei a moto e dobrando nas esquinas indicadas por aquele homem logo chegamos ao centro da cidade, avistamos então um posto de gasolina Petrobrás, paramos e perguntamos se estávamos no centro - sí estan - rapidamente nos informaram sobre um hotel, e lá vamos nós.

Toda cidade que se preza tem uma praça, e Rocha tem uma bela praça central, com uma bela e antiga Igreja Católica em uma extremidade, e no outro lado da praça em um prédio esquisito uma Igreja Universal (até lá esses caras estão).

Demos uma volta na praça e avistamos o hotel indicado pelo pessoal do posto de gasolina, antigo, bem antigo, não tem menos de 60 anos, más com um chuveiro daqueles, para quem estava encarrangado de frio, foi o melhor banho da viagem, aha e o preço do hotel: 360 pesos uruguaios por pessoa, acessível e justo.

Uma saída para jantar, um tipo de baurú aberto com um nome estranho e uma Pilsen escura que combina com o frio daquela noite (seis graus).
Cama cedo, por que o cansaço era grande, e estufa ligada a noite toda para secar as roupas e para amenizar o frio.

Pela manhã acordamos com chuva fina insistente, café da manhã, motos com as bagagens e fotos, ai olho pró pneu da moto do Cleber e percebo que tava murcho, vejo uns uruguaios desembarcando alguma coisa de uma van, e pergunto - Una Gomaria - Si, dos quadras a direita e una más - beleza meu portunhol tá funcionando - falo pro Cleber e ele acha melhor só encher o pneu e irmos embora, abastecemos as motos e estrada com chuva.

Tchau Rocha você é legal...

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Areia: "O DESAFIO"


Sem dúvida alguma de todas as situações de viagem, a que mais passei trabalho foi na areia de Bojurú:

Não tinha nenhuma experiência neste tipo de terreno más consegui chegar ao final com alguns sustos más sem nenhum tombo.

O percurso de pouco mais de 20 km. é para veículos 4 x 4, motos passam tranquilo más haja equilíbrio para andar a 50 km/h neste terreno, afinal tínhamos horário para a barca em São José do Norte e um almoço marcado com nossos novos amigos de Pelotas.

Na entrada de Bojurú há uma placa que sinaliza que ali passa a BR 101, chega a ser um pouco engraçado no meio daquela areia toda...

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Viagem ao Uruguay

MISSÃO CUMPRIDA
Beleza de viagem:

Saímos na quarta-feira (06/06) de Osório/RS as 14:00 hs, motos abastecidas tudo conferido, rumo traçado e vamos lá...Passamos pelo Parque Eólico de Osório (grandes cata-ventos trazendo energia e riqueza à região), e fomos em direção de Capivari do Sul, na sequência passamos pela entrada de Palmares do Sul (região agrícola, com muito arroz) e nossa primeira parada foi no Farol de Solidão (muito bonito e imponente no meio daquele arreial), pegamos a estrada novamente e passamos em Mostardas (uma entrada até uma casa de turismo para saber a localização da lagoa do peixe e do farol de mostardas), pegamos a estrada e fomos até a Lagoa do Peixe (péssima estrada, muita arreia e muito lodo) e chegando lá nos defrontamos com a lagoa cheia (bonita com alguns pescadores e muitos pássaros), por ali passa a estrada até o Farol de Mostardas, mas como a lagoa tava cheia havia cerca de meio metro de água em cima da estrada, então não tinha como passar (se tenta-se-mos e erra-se-mos o caminho cairíamos dentro da lagoa, então...). Pegamos o caminho de volta a estrada já com o dia terminando e o sol se pondo e fomos a Tavares aonde chegamos já escuro e com as motos totalmente enlameadas, ficamos em um hotel no centro....

SEGUNDO DIA:

Amanheceu, acordamos, café da manhã no hotel, lavamos as motos, e as 8:30 hs estávamos na estrada, frio, cerração, e a estrada tranquila e boa, chegando em Bojurú ai sim a verdadeira "Estrada do Inferno" apareceu, arreia, arreia, e mais arreia solta, passei muito trabalho pois minha experiência neste tipo de terreno erra nenhuma (ao contrario do Cleber que se saiu muito bem e do Alexandre, este sim um especialista na arreia), passado este sufoco de mais ou menos 20 km, sem nenhum tombo (isso foi uma vitória), estávamos novamente no asfalto e logo estávamos em São José do Norte (11:00 hs), ai localizamos a barca de passageiros, motos amarradas, e as 12:00 hs, partimos rumo a Rio Grande...Viagem rápida (20 min.) o rio tranquilo e a cidade e o super porto aparecendo, chegamos e fomos recepcionados pelo Luiz, Gentil, Rogério, Rodrigo, e outros que no momento me foge as nomes (erram sete os novos amigos), recepção, apresentação, tudo muito legal, fomos almoçar em um posto de gasolina na saída de Rio grande com nossos novos amigos, tudo blz, comida boa e companhias legais, tudo festa, fomos muito bem recebidos pelo pessoal de Pelotas (AMOPEL), alguns de Falcon, outro não, mais com o mesmo espírito de amizade e tranquilidade...
Saímos dali em comboio e fomos até os molhes da barra de Rio grande (entrada do mar para o rio), todos juntos e erram 16 hs, decidimos eu, Cleber e o Alexandre, fazermos o passeio de vagoneta até a ponta dos molhes (mais de 4 km. mar adentro), passeio este que durou mais ou menos 40 min., voltamos e estava o Rodrigo nos aguardando (um baita parceiro e amigão), os outro já haviam voltado para Pelotas....
Saímos em direção sul pela beira da praia e andamos 36 km. até um navio naufragado e que está quase na arreia, legal, fotos, fotos e minha moto tombou por cima da do Cleber, resultado um retrovisor quebrado, e na moto do Cleber nada graças a Deus (ele nos acompanhou a viagem inteira), voltamos até a praia do Cassino, achamos um hotel barato e legal (H. Atlântico)....


Passei uma hora rodando dentro da cidade para conseguir um retrovisor, consegui um de Titan (quebrou um baita galho), isso fez eu conhecer e gostar muito daquele balneário, certamente voltarei lá,... Fui pró hotel, banho tomado, jantamos, e uma espiada no jogo do Internacional X Pachuca (sou Campeão da Tríplice Coroa, hehehehehe), e cama (estávamos bem cansados)....


TERCEIRO DIA:

Acordamos as 6 hs., café, pagamos o hotel e as 7:15 hs motos abastecidas e pegamos a estrada, uma cerração daquelas, e vamos rumo ao Tain, paramos umas fotos, algumas capivaras, umas aves (não deu pra ver muita coisa), e novamente a estrada, por volta da 11 hs chegamos ao Chuy, fotos, fomos até a Barra do Arroio Chuy (divisa dos dois Países), fotos, fotos, e o cansaço começando a ficar maior...
Almoçamos um lanche, pegamos informações e adentramos ao Uruguai, barbada na fronteira, tudo rápido e tranquilo (na fronteira quanto menos falar melhor), estrada tranquila, limite de velocidade 110 km, logo estávamos na Fortaleza de Santa Teresa, legal, história é legal, más rapidamente saímos em direção a Praia Punta del Diabo, a ideia era dormir lá, más...., legal, fotos, casebres esquisitos, legal, más não era o lugar pra ficarmos, talvez no Verão seja 10, más agora não deu....

Pegamos o mapa e decidimos dormir a noite de Sexta-feira (08/06) em ROCHA, capital del Departamiento, pegamos a estrada, e o frio começou a pegar forte (5º), era muito frio, chegamos as 18 hs. já noite fechada.....

Cidade legal, calma, pouco mais de 30 mil habitantes, uma cidade tradicional do Uruguai, nunca vi tanta gareli e motos sem identificação andando (capacete não existe), e era isso que o Cleber queria, sentir a cultura dos caras.... hotel antigo, más com um chuveiro 10, em frente a praça central, banho, uma saída pra jantar, umas olhadas, e cama pra que ti quero??....



QUARTO DIA:

Acordamos por volta das 7 hs. e já estava chovendo, café, o pneu da moto do Cleber baixo, calibrou no posto e vamos ver o que vai dar, motos abastecidas e estrada, fomos até o Chui debaixo de chuva, (Obs: a gasolina do Chui não vale nada, fizemos as piores medias com aquela gasolina), fronteira, tudo rápido, e vamos as compras: perfumes, bebidas, pen-drives e mais umas quinquilharias, almoço e estrada (como curiosidade no tempo em que estávamos no Chui, não chovia!!!) pegamos a estrada e a chuva começou a apertar, na alfândega tudo tranquilo não tinha ninguém na pista e nem paramos, fomos em frente e a chuva apertando, dai até Rio Grande era chovia e parava, chovia e parava, mais tudo beleza, viagem é assim mesmo....Chegamos a Rio grande, abastecemos e fizemos contato com nosso amigo Rodrigo de Pelotas, chegamos na entrada de Pelotas sobre muita chuva e logo o Rodrigo chegou.... O Rodrigo conseguiu uma câmera nova para a moto do Cleber, conseguiu um hotel pra nós bem no centro (esse Rodrigo é o cara), e pra completar fez aquele churrasco pra nós (picanha e lombo de porco), estavam alguns amigos e parentes do Rodrigo, entre eles o Sr. Henrique (presidente da AMOPEL - Associação dos Motociclistas de Pelotas), uma verdadeira enciclopédia sobre motociclismo, motociclista das antigas, um cara muito legal, tudo show, final da noite o Rodrigo nos mostrou alguns pontos da cidade, e fomos dormir.... (Rodrigo pra Vereador/2008 hehehehehe);


QUINTO DIA (VOLTA PRÁ CASA):

Acordamos e olhamos o tempo, não chovia, vamos embora, saímos as 8:30 hs, tomamos café já a uns 100 km. de Pelotas....

Saímos da lancheria que tomamos o café da manhã, e pegamos o rumo de POA, chuva, chuva, e mais chuva, 110 P/H, e chegamos a Eldorado do Sul as 11:45 hs. com muita chuva, abastecemos, média de 22 km. por litro a 110 P/H, ta bom?? acho que sim!! A minha melhor média foi 24, e a pior com aquela gasolina do Chui 19,5, então....
Saímos de Eldorado, chuva e mais chuva, POA, Free Way a 110 P/H, e logo Osório, no mesmo posto da saída, a chegada, pra mim 1750 km, pró Alexandre um pouco mais, pró Cleber quase 2.000 km... 100% a parceria, a viagem, as pessoas que conhecemos, até mesmo a chuva tava legal... Saímos de Osório e pegamos a Estrada do Mar (com seus pardais), paramos em Atlântida Sul, um lanche, estava a 15 km de casa, e a saudade forte, fomos até o trevo de Capão da Canoa/Xangri-Lá, se despedimos e fui pra casa, o Alexandre e o Cleber seguiram com muita chuva....

Foram 5 dias, com o Cleber que conheci em Fevereiro e falei 20 min. com ele, e o Alexandre que conheci a 45 dias atrás, os dois super legais, respeitando o espaço um do outro, fizemos o possível para gastar pouco, más não deixamos de aproveitar cada minuto, cada parada, cada pessoa nova que surgia na nossa vida, tudo muito legal, valeu a pena.

Se eu fosse pensar em tempo e dinheiro, não teria ido nesta viagem, más fui e aproveitei muito, uma viagem inesquecível.

Fim.

Fotos: http://picasaweb.google.com.br/ralves1000/Chuy070607