sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Relato da Expedição Pasos Agua Negra e San Francisco - 7º dia:

Acordei umas 6 hs. da manha, era escuro ainda, fui na rua olhar o tempo que me pareceu bom, sentia uma mistura de ansiedade e medo, o paso san francisco sempre foi conhecido pelas suas dificuldades...Tomamos café umas 7 hs., pagamos a conta, arrumamos a bagagem e saímos, a tmperatura era agradavel puchando pro frio, paramos em um posto copec para abastecer, compramos mais 10 lts. de gasolina para cada moto, afinal são 500 km. sem gasolina, paramos em uma fruteira, compramos agua e comida, depois de passar fome no agua negra não iriamos cometer esse erro novamente... partimos rumo ao paso, os primeiros 20 km. são de asfalto e movimento, depois temos um chão batido muito compacto pela passagem de caminhões pesados e pela falta de chuva, são mais 160 km. de estrada boa, subimos a 80 km. p/h, esse caminho leva a varias minas de extração de minério, mas no dia tinha pouco movimento e fomos indo e ao chegar na aduana chilena paramos antes no salar de maricunga, fotos básicas, entramos o salar a dentro, ficamos uns 20 minutos contemplando o visual de montanhas e o salar espelhando os cumes das montanhas, muito bonito e bucólico ao mesmo tempo, o gps marca 4000 mts de altitude, saímos e logo chegamos na aduana chilena, com temperatura agradavel, coisa de 20 graús, lá fomos muito bem tratados, nos falaram para ter cuidado, que a poucos dias um motociclista brasileiro andou se acidentando no paso, adios chile, saímos e o asfalto se apresentou, muito bem feito, novo, 55 km de asfalto, retas, curvas, subidas e decidas e o visual de enlouquecer, muito bonito mesmo, avistamos uns cabritos montanheses nas alturas, algumas cabras e manadas de burros, paramos para almoçar a 4300 mts de altitude, agua, bolachas e banana, um silencio total com barulho apenas do vento, muito tranquilo, nesse tempo nenhum carro passou, seguimos mais alguns km pelo asfalto e logo iniciou o rípio, no inicio muito ruim, chegamos a tentar sair pela areia, mas era pior, andei uns 2 km e voltei ao rípio que estava melhor, andei a 60/70 km. p/h, o Bonotto a 100 km. p/h ou mais, cada um tem sua segurança na pilotagem, fui tranquilo, levei dois sustos, mas não cai, seguimos pelo rípio ainda e paramos em uma laguna, fotos básicas e seguimos, quando vi a placa do paso san francisco que marca a altitude de 4800 mts. e a divisa do chile com a argentina uma mistura de emoção e felicidade tomou conta de mim, paramos para as fotos, tinha 4 canadenses de bike parados lá, fazia 4 dias que tinham saído de Copiapó, são guerreiros os caras, abraço a eles, a temperatura continua agradavel, daquele ponto em diante começa o asfalto novamente, passamos por uns caracóis de curvas, e chegamos a aduana argentina, estávamos cansados e felizes, fizemos o tramite e conversamos um pouco, chegamos a conclusão que o paso agua negra é mais difícil de pilotar, o Bonotto radiante dizia que o san francisco é mamão com açúcar, não acho assim tão fácil mas dá pra meter tranquilo, no ponto mais alto senti um pouco de cansaço, só isso, depois passou, saímos e um vento frontal frio e forte me assustou, mas durou poucos km, seguimos descendo por um vale muito lindo, fiquei pensando na família, nas pessoas que conheço e sabem a paixão que tenho pelo motociclismo, pensei no por que de uma viagem como esta, dos desafios, dos sonhos, e da conquista, me senti um vitorioso... entre a aduana argentina e a primeira cidade são 200 km. e quanto mais deciamos mais calor ficava e quando entramos em Fiambalá o calor era de 50 graús, terrível, abastecemos e não deu pra ficar lá, seguimos para a próxima cidade, Tinogasta, muito quente também, não ficamos e seguimos, fomos pela beira da cordilheira até Chilecito, chegamos no inicio da noite e não era tão quente, pegamos um hotel no centro, fomos jantar e comemorar a conquista, fomos dormir depois da meia noite.     

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