quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Viagem Uruguay, Argentina e Chile - A Jornada - Dia 11 de Abril - quinto dia

Acordamos antes das 5 hs. da manhã, arrumamos as coisas, o hotel já estava pago desde a noite anterior, tomamos café rapidamente e saímos eu e Rodrigo para "O DIA", nosso mui amigo Nelson ficou dormindo, estava uma temperatura agradável, devia estar como 7 graus, coloquei o forro térmico na jaqueta e pus a segunda pele da solo, então frio não foi problema, a ansiedade era muita, acabamos errando feio a saída da cidade e pegamos o caminho de volta ao Brasil, ai voltamos e achamos a saída para a cordilheira, era noite escura e se via nuvens escuras nas partes mais altas das montanhas, andamos algo como 50 km. e o dia começou a clarear, os raios de sol sobre as montanhas davam um colorido lindo, paramos diversas vezes para fotos e filmagens, eu e também o Rodrigo estávamos meios embasbacados, hoje relembro esse dia e penso: "que lugares, que paisagens, parece um sonho, tudo era mágico, era como se estivéssemos em um filme de Harry Poter", sobre esse efeito mágico subimos até Uspalata/AR que fica a mais ou menos 2.000 metros de altitude, tomamos café e era umas 9 hs., ali em Uspalata fomos visitar uns pontos turísticos e tirei algumas fotos que demonstram esse efeito de magia que essa região tem, começamos a subir e o tempo que estava aberto em Uspalata começou a fechar, uns 30 km. depois de Uspalata já era frio pra chu-chú, em um ponto de fiscalização da policia Argentina, uma policial com muito frio nos perguntou para onde iríamos, respondemos e perguntamos se iria nevar, ela nos respondeu que possivelmente estava nevando na parte alta da cordilheira, seguimos em busca da neve, conforme subíamos, e é bom salientar para os que não conhecem a cordilheira a subida é gradual pelo lado Argentino, você praticamente não tem problema, sobe tranqüilo, apartir de um certo momento as motos começaram a sofrer a falta de oxigênio e começamos a utilizar obrigatoriamente a quarta e por fim a terceira marcha para andar, isso não impedia de andarmos a 70/80 km/h, quando em certo momento percebemos que estava realmente nevando, paramos as motos imediatamente, e a emoção brotou dos olhos de meu companheiro, confesso que também me senti emocionado, paramos alguns minutos e ficamos nas nuvens, afinal estávamos na Cordilheira de los Andes e estava nevando, lembrei de minha esposa Cris, minha filha Nayara, meus pais, irmãos, a família de minha esposa, meus companheiros de viagens que não estavam ali comigo o Alexandre Modena, o Cleber, o Alexandre Martins e outros, minha alegria era tanta que até esqueci do frio... Seguimos viagem e paramos na ponte inca, depois na entrada do Aconcagua, a seguir fomos até a subida do Cristo Redentor, ali perguntamos a que altura estávamos e me disseram que era 3.200 metros de altitude, e se subíssemos o Cristo Redentor iríamos a 3.700 metros de altura, começamos a subir e logo minha moto começou a falhar e de tanto forçar acabei perdendo parte da embreagem, ai parei e desisti de subir mais, mas com certeza estávamos a 3.500 metros de altitude, demos um tempo lá em cima e chegou um cara a pé, o Rodrigo puxou um inglês com e ele e conversa vai conversa vem e o cara era do Pais de Gales e tava viajando na cordilheira a pé, e nós achando que nossa viagem era façanha... Descemos e fomos almoçar no único restaurante que tinha ali em cima, muitos turistas e vários guias de Mendoza, almoçamos e era umas 14 hs. saímos para atravessar o túnel de Cristo Redentor e logo chegamos à aduana, quando descíamos das motos vimos o Nelson já saindo e esse foi o ultimo contato que tivemos com ele, fizemos a burocracia fronteiriça e quando estávamos liberados fiquei observado as pessoas que passavam por ali, movimento grande, gente entrando no Chile e gente entrando na Argentina, me chamou a atenção três moças que estavam com mochilas e haviam chegado ali a pé, o guarda aduaneiro Chileno perguntou a elas se por acaso elas queriam carona com um caminhão já que estava muito frio, elas sorrirão e disseram que queriam seguir a pé, ai perguntei ao guarda de onde elas vinham e ele disse que elas vinham de Buenos Aires e seguiam para Santiago a pé, e eu achando que minha viagem era proeza... Sinceramente quando vi a placa de Bievenidos a República del CHILE me senti "O CARA" e comecei a pensar no que tinha me levado a fazer essa viagem, o estresse da vida, a doença que tive, a viagem para a Argentina com carro a uns 4 anos atrás, e confesso a emoção brotou em meus olhos, logo chegamos aos Caracoles, algumas fotos, curtimos a decida bastante, descemos bem devagar, quando chegamos lá embaixo o clima era outro e o frio já não existia mais, foi mais ou menos assim de - 2º para 18º, rapidamente passamos por Los Andes e rumamos para Viña del Mar aonde chegamos por volta de 16:30 hs., uma olhada no Oceano Pacifico e fomos procurar hotel nessa Praia cara pra chu-chú, depois de algumas tentativas de conseguir algo barato, acabamos ficando em um hotel antigo e não tão barato assim, porem tinha garagem, e tinha piscina térmica, descemos as bagagens e fomos tomar um banho e relaxarmos, ai conversa pra cá e conversa pra lá falei pro Rodrigo, vou te acompanhar, não volto sozinho pro Brasil como havia falado, vamos até o fim juntos, comentei com ele que a Cordilheira na verdade era meu maior objetivo e já me sentia satisfeito com ela, más como estávamos ali, seguiria em frente, vi que meu companheiro ficou feliz, saímos para jantar e combinamos ir a Santiago no outro dia de ônibus, e fomos dormir afinal foi um dia e tanto...

Nenhum comentário: